sexta-feira, 20 de novembro de 2015

Cervejaria alemã abre em Belo Horizonte com planos para 20 anos


Angela Klinke - Blue Chip - Valor Econômico - 19/11/2015



É surpreendente que diante de tanta turbulência os jovens Bruno Vinhas, Francisco Vidigal e Henrique Rocha tenham feito um plano de negócios até 2035. Em 20 anos, os sócios esperam ter dez unidades da cervejaria Hofbräu no país, da qual são master franqueados. O que são duas décadas para uma marca criada em 1589? Começam com a abertura da primeira casa em Belo Horizonte, na próxima semana ( 24 de novembro). Com investimento de R$ 9 milhões, eles inauguram um espaço de mil metros quadrados que abriga fábrica e salão para 350 pessoas. Mesas coletivas, nos moldes de Munique, palco para banda típica e o mestre cervejeiro Carlos Henrique de Faria Vasconcelos preparando lager, dunkel e weiss para os clientes verem. Trouxeram o chef alemão Rocco Kuffner, que estava em Florianópolis, para dar conta do menu com 60% dos pratos determinados pela matriz.

A cervejaria, que pertence ao governo da Baviera, não facilitou em nada a vida dos rapazes. Também Bruno tinha 21 anos quando se apresentou para um diretor em Munique dizendo que queria trazer a marca para o Brasil. “Tinha ido de mochileiro para lá. Tive de comprar um terno e uma pasta que enchi com papel em branco para fazer volume. Quando o executivo me viu, achou que era brincadeira”, lembra. Foram precisos seis anos para o negócio se concretizar. Fora da Alemanha, a Hofbräu tem unidades em Los Angeles, Chicago, na China e Japão. E os três foram para os Estados Unidos fazer estágio para poder cumprir as determinações da matriz. “Trabalhamos na cozinha, de garçom e na gerência. Eles queriam que soubéssemos como tudo está interligado para o negócio prosperar”, conta Henrique.

Todos os insumos para preparar a bebida vão ser importados, e a água usada passa por um processo de tratamento para chegar no padrão de PH e dureza igual a de Munique. As cervejas vão ser servidas em canecos de 300 mls, 500 mls e um litro e os funcionários tiveram que ser treinados para aprender o jeito correto de coloca-los na mesa. A ambientação com muita madeira também segue os parâmetros da casa original, claro. O que o trio conseguiu foi flexibilizar 40% do cardápio para inserir petiscos, picanha, etc. Mas com limites, claro. “ Não fazia sentido colocar uma feijoada no mix”, pondera Francisco. Os sócios conseguiram financiamento do BNDES para os maquinários alemães. O restante é capital próprio. A expectativa é que a “plataforma de entretenimento” atraia não só os mineiros como amantes de cerveja de outros Estados. E até mesmo os alemães que incluem o Minas Arena (Mineirão) em seus roteiros turísticos no país.

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